terça-feira, 25 de janeiro de 2011

São Paulo em nove cantos: lugares que refletem a cidade de 457 anos

Para Caetano Veloso em Sampa, música escrita em homenagem a São Paulo, é difícil entender a dura poesia concreta de suas esquinas. Na época em que foi feita, o compositor definiu a cidade como cinza, opressora, mas ainda assim, bela e feliz. No dia 25 de janeiro, em que São Paulo completa 457 anos, o que esta cidade representa para tantos paulistanos, nascidos aqui ou não? Na galeria de fotos abaixo, profissionais de arquitetura e design retratam sua visão sobre a metrópole ao escolherem um lugar que, para eles, melhor reflete a sua vivência na cidade.

Guto Requena, arquiteto e designer. “A Avenida Paulista é a própria manifestação do espírito da paulicéia - pulsante, vibrante, multicultural e incansável. É na Paulista que eu circulo todos os dias, já que moro e trabalho ao lado. Freqüento os cinemas, restaurantes, cafés e livrarias. Além disso, é lá que se encontram dois dos meus edifícios favoritos em São Paulo, o MASP e o Conjunto Nacional. É também na Paulista que eu visto meu roller e patino no início das madrugadas pelo menos uma vez por semana. Aliás, esse é um passeio super seguro ao contrário do que muita gente pensa. Durante meu percurso sempre cruzo com muita gente de skate, bicicleta, famílias passeando com seus cachorros... a Avenida Paulista depois das 23 horas é bem diferente daquela durante o dia!”

Jum Nakao, estilista. “Eu gosto muito da Vila Mariana porque é onde ficam localizados minha casa e o meu ateliê e também pela atmosfera de cidade do interior com muitas casas, vilinhas e velhinhos.”

Roberto Negrete, designer de interiores. “Sou estrangeiro e desde o primeiro dia me senti acolhido em São Paulo, como em poucas grandes cidades um imigrante seria. Para mim, o Vale do Anhangabaú é glorioso. Não só pela arquitetura escondida pelas multidões, mas pelo seu relevo. Essa mistura de arquiteturas e vegetação é singular e imensamente bela”.

Sérgio Fahrer, designer. “O Pavilhão Japonês, no parque do Ibirapuera, é uma ilha para contemplação no meio de São Paulo, um lugar diferente de tudo, uma viagem feita através do espaço e do tempo. Além da casa especial japonesa, do lago de carpas, do jardim no entorno, há também um pequeno museu de peças antigas do Japão. Durante a semana, neste lugar em que adoro ir, o tempo lembra ao visitante do que ele próprio é feito”.

O agente de trânsito Nilton Cunha, que adora relaxar no Parque do Ibirapuera, não abre mão de visitar museus – são 124 ao todo, segundo a Secretaria Municipal da Cultura. O preferido é o Museu da Língua Portuguesa.

“Me alegra saber que em Itaquera será construído o estádio do Corinthians”, conta o publicitário Washington Olivetto. Para ele, a construção do novo estádio pelo seu time em uma área de 197 mil m2, em Itaquera, que está cotado para sediar os jogos da Copa de 2014, é sinônimo de orgulho.

Paulo Helene, engenheiro civil. “Adoro a beleza do arco invertido de 100 m que o arquiteto Ruy Ohtake criou para o hotel Unique”.

São Paulo não dorme. Durante as 24 horas do dia é possível encontrar de cinemas a padarias abertos. “Sem contar a grande oferta cultural”, encanta-se o estudante Murilo Ortiz, fã do Memorial da América Latina.

Patrícia Martinez, arquiteta. “Adoro a Sala São Paulo pela oportunidade de ouvir ótimos concertos e regências maestrais”. A escolha da arquiteta Patrícia está ligada à beleza e lazer. O prédio, um marco da cidade, é a antiga estação de trens da Estrada de Ferro sorocabana. Ele abriga hoje o complexo cultural Júlio Prestes e é sede da maior e mais moderna sala de concertos da América Latina.