quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Horta em painel de madeira

“Montei um painel ripado de 4 x 2 m, que, além de sustentar as jardineiras, tornando-as mais acessíveis, ajuda a deixar o espaço menos devassado para a rua de trás”, aponta Ana, que explica ainda que as mudas necessitam de quatro horas diárias de sol e adubação mensal. “A rega não pode ser excessiva. O ideal é apenas uma vez ao dia, na parte da manhã ou no fim de tarde”, completa.

PARA FAZER IGUAL
Ganchos de aço inox penduram as jardineiras de chapa de zinco (0,55 x 0,15 x 0,15 m) no painel de cumaru maciço.
Identificados com placas de cerâmica, os temperos devem ser podados constantemente para brotar mais.

Os canteiros inferiores (1,30 x 0,30 x 0,35 m) embutem jardineiras plásticas. “A maior profundidade acomoda mudas de raízes grandes, como as pimentas”, diz a paisagista, que empregou cascas de pínus como forração.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cores: saiba como usar os tons da moda

Há um ano, um cinza-escuro tomou as paredes antes brancas da sala de jantar de 14 m² da decoradora Christiane Laclau, sócia do arquiteto Rafael Borelli.
Por que o cinza?
Ao mesmo tempo em que tem personalidade, ele é neutro e não enjoa. Ao observar o antes e o depois, percebo que a decoração ficou mais elaborada. É um tom masculino, porém aconchegante, qualidade desejada numa sala de jantar.
Que recursos usou para não pesar o ambiente?
O rodapé alto branco equilibra e ao mesmo tempo destaca o cinza. Também é importante observar que tenho boa entrada de luz na sala, localizada à frente de uma varanda. Em espaços pequenos, recomendo versões mais claras.
Ao redor da mesa de jantar de peroba, desenhada por Christiane e Rafael, estão as cadeiras de alumínio importadas Navy, da Emeco. Os lustres são assinados pela designer dinamarquesa Cecilie Manz. Fotos de Herb Ritts. Louças da H. Stern Home.

Em vez dos tradicionais azulejos claros, um vermelho fechado veste as paredes da cozinha de 10 m² projetada pela decoradora Clarisse Reade.
Por que escolheu essa cor?
Não gosto de tons abertos, pois acabam pesando o ambiente. Como já havia madeira e granito entre os acabamentos, busquei no vermelho um complemento para aquecer e dar personalidade. Ele traz sofisticação e faz com que a cozinha não tenha apenas aquela cara funcional, mas também de ponto de encontro.
Como usar um tom forte sem pesar?
A cozinha é bastante iluminada, o que impede que fique escura e triste. Além disso, optei por elementos claros para ganhar leveza, caso das portas brancas.

O mix de cinza, azul e branco parece a combinação ideal para o descanso neste quarto de 40 m² decorado pela arquiteta Esther Giobbi.
Que sensações explorou nessa paleta?
A moradora queria um quarto romântico, mas ao mesmo tempo contemporâneo. Foi o que busquei com o cinza na parede, bem atual. Mesclado com o azul-esverdeado de acessórios, o visual transmite calma e frescor. Por sua vez, os elementos brancos ajudam, iluminando o resultado.
Com que outras cores você acha que o cinza vai bem?
Por ser neutro, pode ser usado com quase todos os tons. Particularmente, gosto bastante da combinação com cereja, branco e mostarda.

O rosa-suave busca feminilidade e delicadeza no quarto da adolescente, de 15 m². A proposta é das designers de interiores Flávia Brito e Rebeca Borin.
Como chegaram a esse rosa-claro?
Escolhemos primeiro o tecido da colcha, com uma estampa marcante. Ela determinou a procura de tons derivados mais tranquilos. Eles entram como complemento para evocar repouso e aconchego, as principais sensações que um quarto pede.
Qual o segredo para que a cor não fique enjoativa?
Para quebrar o rosa, usamos bastante branco nos acabamentos e concentramos os tons fortes apenas nos detalhes, como nas almofadas. O espelho fumê que reveste a frente dos criados-mudos também ajudou a equilibrar o resultado.
Com cabeceira de camurça, a cama da NM Estofados tem colcha com tecido da Designers Guild (Empório Beraldin). A confecção é da Kika Chic. As almofadas alternam estampas da Designers Guild e da Vitrine. Abajur da Lustreco e criado-mudo da Quartos & Etc. Mandala do Adriana e Carlota Atelier de Pinturas.

Combinação surpreendente Um teste de cores permitiu definir a paleta diversa da sala de 42 m², projeto dos designers de interiores Antonia Mendes e Ricardo Umada.
Como chegaram à combinação de três cores?
Partimos da tela listrada dos moradores para trabalhar um leque de que eles gostavam. Por ser iluminada, a sala não restringia o uso de tons como o roxo. No teste, ficamos com o violeta na parede maior, equilibrado pela leveza do verde-cítrico na viga. Para a coluna, optamos por um acinzentado neutro.
Qual o segredo para orquestrar diferentes tons?
Gostamos de liberdade no uso da cor, mas repare que as escolhas conversam. Isso porque cada nuance foi retirada do desdobramento das cores principais.

Cores sobrepostas enchem de personalidade a sala da decoradora Neza Cesar. Até os móveis foram pintados, caso da cama dos anos 1950, convertida em sofá.
Como chegou a essa cartela?
Adoro experimentar e ando apaixonada pela dupla azul e verde-militar, pintada na estrutura do sofá. Para compor o leque, fiz o estudo com peças soltas, como lenços e _ ores de tecido com esses tons, todos tendência.
Por que a mistura funciona?
Os azuis se complementam e o verde leve na parede traz frescor aos móveis de tons fortes. A sensação é de contraste, quase como um sol que entra na casa. Já os rosados do tapete e do assento do sofá vão bem com o azul.

Na parede à frente, ficam a estante com nichos para livros e o móvel de apoio para o DVD (1,60 m x 40 cm e 45 cm de altura). Ambos são de MDF com laca brilhante azul. Os móveis azuis foram feitos pelo marceneiro André Crudo. Luminária da Fas, tapete lilás da Originale, sofá de Fernando Jaeger e quadros da galeria Mônica Filgueiras. Parede em tom cinza combinando perfeitamente coma poltrona amarelo e a marcenaria azul.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

João Figueiras Lima - LELÉ

Dia 18-10-10 fui em uma palestra do mestre Lelé na FAU-USP. Então resolvi falar um pouco dele e suas obras.
Nasceu no Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1932. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, passou a maior parte da vida em Brasília e em Salvador. É conhecido popularmente como Lelé. Formou-se arquiteto pela Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ).
Entre os arquitetos da arquitetura moderna do Brasil, Lelé é o arquiteto que leva mais longe as experiências de industrialização de componentes na construção civil - sobretudo em argamassa armada -, mesmo diante das condições precárias do país. Orientado pela dimensão coletiva da arquitetura, trabalha prioritariamente para o poder público em programas de grande alcance social: edifícios residenciais, escolas, hospitais e equipamentos urbanos de saneamento e transporte.
Suas obras destacam-se pela combinação entre a exploração da industrialização na construção civil e a criação de componentes pré-fabricados em série, recurso da forma livre, freqüentemente sinuosa, herdada de seu convívio com Oscar Niemeyer (1907).
O diferencial de Lelé, porém, é o baixo custo e curto prazo. Seus projetos para a construção de edifícios – em particular hospitais – são todos com custos muitos reduzidos, aspecto relevante apenas para um raro grupo de arquitetos que, além de dominarem o ofício de criar e construir valoriza o lado social das obras.
Sua atuação na arquitetura hospitalar começou em 1964, depois de sofrer um acidente de carro. Conheceu, então, o médico e colega Aloysio Campos da Paz e pensou em projetar hospitais que dessem maior autonomia ao paciente. Essa idéia evoluiu até, em 1980, ser inaugurado em Brasília o primeiro hospital da rede Sarah, especializado na reabilitação de pessoas com problemas físico-motores.
Lelé trabalhou por muito tempo em projetos públicos arquitetônicos, porém, como seu método construtivo é rápido e de baixo custo, passou a sofrer boicotes. Hoje, o arquiteto só trabalha nos hospitais da rede Sarah.
"Sua principal qualidade é aliar a construção de prédios à formalização do elemento que compõe o próprio edifício. Ele pensa, desde a maca que será utilizada pelo paciente no hospital até na espessura da viga que sustenta o prédio. E ainda produz os materiais envolvidos nos dois processos"
Anália Amorin

Alguma de suas obras:

Projeto do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia.

Projeto do Tribunal Regional do Trabalho

Hospital Sarah em Brasília, acesso da cobertura ao lago para reabilitação pela prática de iatismo.

Passarela pr-e-fabricada.

Croqui .

As coberturas curvas são características da arquitetura de Lelé para a Rede Sarah.
Os tetos das unidades de internação, por exemplo, são constituídos por esquadria metálica e aletas móveis de policarbonato que, ao serem abertas, possibilitam a iluminação e a ventilação naturais do ambiente.

Os blocos horizontais se conectam longitudinalmente, enquanto a interface com o exterior ocorre através do suave aclive e de grandes áreas ajardinadas.

O auditório esférico e o solário atirantado são os elementos esculturais do projeto.

O grande espelho d’água ladeia o bloco de internações, resguardando o hospital de possíveis inundações resultantes da variação do nível da lagoa de Jacarepaguá.
O auditório, um volume semiesférico e inclinado, é pontuado verticalmente por uma cúpula metálica que, por meio da automatização, abre-se em gomos a fim de propiciar a entrada da luz natural no espaço interno.